sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Mostra de S. Paulo: Os Inquilinos
Quando assisti, há anos atrás, o filme Quanto Vale ou é por Quilo?, do diretor Sérgio Bianchi, fiquei abismada com aquela realidade/crueldade por trás do Terceiro Setor e suas sempre segundas intenções. Na época o diretor bateu na tecla que o longa não era contra ONG nenhuma, mas sabemos que na verdade as coisas funcionam daquela forma mesmo.
Esta semana foi na pré estréia do filme Os Inquilinos, nova obra de Bianchi. Desta vez, conhecemos Valter (Marat Descartes), que mora na periferia e, sozinho, sustenta a mulher e dois filhos. Sua vida monótona toma outro rumo quando três vizinhos encrenqueiros se mudam para a casa ao lado.
A narrativa é linear, sem buracos, e consegue captar a atenção do telespectador a medida que a trama começa a ser explicada. Apesar de se tratar de um filme na periferia, em nenhum momento o foco são as drogas, traficantes ou temas batidos do gênero. E é esse o diferencial. O gran finale do filme é surpreendente e satisfatório.
Janis Lyn
domingo, 25 de outubro de 2009
Mostra de S. Paulo: Um Homem Qualquer
Ontem, 24 de outubro, fui na pré estréia do filme nacional Um Homem Qualquer. O diretor, elenco e produção estiveram presentes.
O longa, dirigido por Caio Vecchio, tem como foco o personagem Jonas (Eriberto Leão) que, após perder seu emprego, se vê numa cidade grande como São Paulo, sozinho, sem dinheiro e sem nenhuma oportunidade à vista.
Cansado de ser "um homem qualquer" e com uma nova namorada a tira colo, a Lia (Nanda Costa), ambos começam a se fechar cada vez mais para a vida em volta e Jonas começa a considerar o mundo do crime para resolver seus problemas financeiros.
O interessante no filme é a visão real do cotidiano de Sampa. Muitos habitantes para pouco emprego, lugares tradicionais como a Praça de Sé, estarem ocupados por bandidos e mendigos para todo o canto e etc...
O foco que guia o filme, na verdade, é a visão polêmica do Jonas à igreja. Que, certa hora no filme, se refere a ela como o anticristo. Suas dúvidas e inquietações não deixam de ter um fundamento, embora um pouco distorcidas. O ator Carlos Vereda, único destaque, interpreta Isidoro, um morador de rua, ex-professor da USP, que “coincidentemente” conhece Jonas e o ajuda a encontrar seu caminho.
Este filme concorre na categoria Brasil Competição Novos Diretores, e terá mais três exibições durante a 33a. Mostra Internacional de Cinema:
* UNIBANCO ARTEPLEX 2 - R.Frei Caneca, 569
25/10/2009 (Domingo) - 18:00 - Sessão: 233
* ESPAÇO UNIBANÇO POMPÉIA 2 - R.Turiassu, 2100
02/11/2009 (Segunda) - 17:00 - Sessão: 1141
* CINE BOMBRIL 1 - Av.Paulista, 2073
03/11/2009 (Terça) - 16:10 - Sessão: 1191
Janis Lyn
sábado, 24 de outubro de 2009
Mostra de S. Paulo: 500 Dias com Ela ( 500 Days of Summer)
Existem alguns filmes que de tão bons nos marcam e tornam-se inesquecíveis.
500 Dias com Ela é um desses, e sem dúvidas entrou para minha lista cética de filmes para se ver mais de uma vez. Me lembrou Quase Famosos: boa trilha sonora, jovens sonhadores e liberais....e ambos com a verdade cruel da fama e amor, respectivamente.
A história é sobre um garoto que se apaixona por uma garota...mas logo deixa claro que não é uma história de amor. Quando Tom leva um fora do amor de sua vida, começa a relembrar diversos momentos deles juntos para, assim, tentar trazê-la de volta.
O que mais gostei no longa, foi a forma em que o diretor faz relação com os 500 dias sem cronologia certa, mas que não confunde o roteiro nem o sentido da proposta. Além, claro, da excelente trilha sonora e sacadas irônicas.
O fato de não ter o “ viveram felizes para sempre” só faz do filme mais real, direto e moderno, como tudo é atualmente. O diretor, Marc Webb, é famoso por dirigir vídeo clips de pop/ rock ( taí o bom gosto pra a trilha que vai desde The Smiths até She’s Like the Wind, do Patrick Swayse). Joseph Gordon Levitt interpreta o divertido e romântico Tom, e Zooey Deschanel a irreverente e independente Summer.
O filme faz parte da 33º Mostra Internacional de Cinema e estréia nacionalmente dia 13 de novembro.
Janis Lyn
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Crítica: Distrito 9
Quando falam em filmes alienígenas, sempre vem a minha mente o mestre: Steven Spielberg. O clássico E.T me emociona até hoje, e até no último Indiana Jones ele deu um jeitinho de inserí-los. A verdade é que este tema sempre foi abordado de forma totalmente fictícia e irreal. É não é o que acontece no filme Distrito 9 (District 9).
A trama é em volta de uma nave gigantesca que paira sobre o céu, na África do Sul, mas não abre ou faz quaisquer movimento. Os humanos resolvem invadir e descobrem centenas de alienígenas dentro. Decidem , então, tirá-los de lá e trancá-los em instalações similares a favela. 20 anos se passam e os alienígenas ainda residem na Terra, em situações precárias, e são proibidos de voltar a nave.
A situação é tratada de uma forma tão natural e verdadeira, que nos faz acreditar que é possível uma situação desta acontecer. Começa no estilo documentário, com cenas de reportagens televisivas e vídeos caseiros, e depois segue como filme. Os efeitos especiais são excelentes, é claro, e o que mais gostei no filme, foi a mensagem que passou sobre o preconceito.
Claro que nesse caso estamos falando de alienígenas, mas a partir do momento no filme em que o âncora do jornal experimenta do seu próprio " veneno", as coisas mudam e a trama fica muito melhor. A produção do filme é de Peter Jackson ( trilogia Senhor dos Anéis) e a direção é do novato Neil Bloomkamp. Uma ficção científica que parece real, vale muito a pena assistir.
Janis Lyn
Crítica: Te Amarei Para Sempre
Sempre gostei muito de romances, mas romances de verdade, como Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito (ambos baseados nos livros da Jane Austen, que amo de paixão), Diário de uma Paixão, PS: Eu Te Amo e por aí vai....Quando vi pela primeira vez o trailer de Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler’s Wife), fiquei muito curiosa, principalmente por conta da história incomum.
Henry (Eric Bana) faz viagens pelo tempo devido uma mudança genética que tem. Numa dessas viagens, ele conhece Clare (Rachel McAdams), e se apaixonam. Mesmo ela sabendo da condição dele, aceita se casar, porém sofre a cada vez que ele some sem data certa para retorno. Como ele sempre volta para os mesmos lugares, Clare sabe sempre onde o encontrar e onde ficar a sua espera.
Ok. A história é bonita e o final do filme conseguiu arrancar de mim algumas lágrimas. No entanto, é mais um drama do que propriamente um romance. Quando Henry desaparece, ficamos com a angústia de ambos, separadamente, e são mais momentos que passam separados do que juntos. São tantas idas e vindas, que o filme fica confuso em alguns momentos. Mas nada que faça o longa ser ruim ou não valer o ingresso. A música tema do casal (Love Will Tear Us Apart, do grupo Joy Division) tem tudo a ver com o filme e é linda. Foi produzido por Brad Pitt e dirigido pelo Robert Schwentke (Plano de Vôo).
Janis Lyn
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Crítica: Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards)
Tarantino é Tarantino. Quem é fã, como eu, sabe que seus filmes seguem sempre a mesma linha e mesmas características: irônico / divertido / sangrento
Não seria diferente com sua nova criação: Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards) . No elenco temos : Brad Pitt, Eli Roth, BJ Novak, Mike Myers, Michael Fassbender, Diane Kruger, Til Schweiger e Julie Dreyfus. A história trata sobre a época nazista, porém com foco em um grupo de soldados judeus liderados pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt), conhecidos como "Bastardos”. Eles, junto com a atriz alemã Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), querem destruir todos os líderes do Terceiro Reich, em especial, é claro, Hitler.
O filme já começa com uma cena de diálogo que dura mais de meia hora, no entanto não é maçante. Como sempre, muitas cenas nosense de sangue e violência mas nada que deixe a trama sem sentido. Brad Pitt está ótimo no seu papel e o elenco de apoio não poderia ter sido escolhido melhor. Quem odeia ver aqueles filmes da época nazista pois sempre Hitler se dá bem no final, vai adorar este...por mais que seja ficção. O roteiro ,que também é de Tarantino (como sempre faz nos seus filmes), é tão cativante que nem senti os 153 minutos passarem. Mas essa é a graça do diretor. Quando vi pela primeira vez Cães de Aluguel achei tão perturbador e ousado que até hoje lembro dos impagáveis Mr. White (Harvey Keitel), Mr. Orange (Tim Roth), Mr. Pink (Steve Buscemi) e o Mr. Blonde (Michael Madsen).
Janis Lyn
Critica: Bastardos Inglórios
Por Cassiano Couto
Bastardos Inglórios do mestre Quentin Tarantino poderia ser mais do mesmo ao abordar aspectos da Segunda Grande Guerra, mas foge de todas as expectativas não apenas pela linguagem cinematográfica genial de Tarantino, mas pela trama que surpreende ao fugir completamente de fatos “batidos” da guerra.
A sucessão de capítulos numa crescente ininterrupta, coloca os personagens centrais em contato aos poucos, lembra Kill Bill. A história se passa na França ocupada de 1941 em que os alemães tentam dominar a cultura local através do cinema. A judia Shosana (Mélaine Laurent) que fugiu do massacre do coronel Hanz Landa (Christoph Waltz) é herdeira de um cine em Paris, e um jovem que se enamora por ela sugere que Joseph Goebels faça a pré-estreia do filme, em que é o protagonista, em seu cinema.
Enquanto isso, o tenente americano judeu Aldo “Apache” Raine (Brad Pitt) comandante da tropa de Os Bastardos, passa pela França exterminando nazistas no maior estilo Tarantino, escalpelando suas vitimas. No gran finale eles se encontram para uma emboscada no cinema onde até o Fürer alemão e seu alto comando estará assistindo a pré-estréia. Para quem acha que o cinema moderno existe entre antes e depois de Tarantino como eu, não pode perder esse filme.
O humor sarcástico, a tensão do suspense induzido, as cenas com sangue, são sua assinatura e estilo inconfundíveis. Nas atuações, o destaque fica para o coronel Hans Landa interpretado pelo ator, Christoph Waltz, sua frieza e postura ao descobrir judeus, ou desvendar um plano contra os nazistas, é de deixar qualquer um com a faca nos dentes.
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