Crítica – Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Por: Rogério Lagos

Cada vez mais ameaçador. A batalha final está se aproximando, e Harry a cada dia que passa sente que o fim está próximo. Para ele, ou para aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Ou, para ficar mais simples, Voldemort, o lorde das trevas.

Harry Potter e o Enigma do Príncipe conta a história de Tom Riddle, aluno de Hogwarts, mais precisamente da Sonserina, extremamente hábil em magias (das trevas, diga-se de passagem) e apto a conversar com cobras. Nada mal, não? Sim... O sexto filme da série busca na essência de Voldemort uma saída para todos os problemas de Hogwarts e o mundo dos trouxas.

Lembranças. Esta é uma palavra que pode ser usada para definir 60% do filme, no qual Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, é o grande responsável por colocá-las à tona. Mas porque?

Enquanto isso, Harry se divide em ajudar o velho bruxo e atuar como antagonista na comédia romântica paralela de Ronny e Hermione. E a correr atrás de Draco Malfoy pelos cantos da escola em busca de um segredo obscuro de seu inimigo. Além disso, há a volta de Slughorn à Hogwarts, professor de Poções na época do jovem Voldemort. E, claro, perdas. Em todos os filmes da série acontece uma tragédia, e nesse não é diferente. Mas é só...

Frustrante. Sim... Ouso dizer que o sexto filme da franquia Harry Potter nem de longe alcançou um equilíbrio entre a obra literária e o bom senso de sua adaptação às telonas. Tenho consciência de que é impossível colocar no cinema as mais de 500 páginas do livro, mas pelo menos um pouco mais de animação, com mais cenas de ação, poderiam ser mais bem exploradas.

Mas não quero me prender apenas aos pontos negativos do filme. Harry Potter e o Enigma do Príncipe é um filme agradável, fiel em suas partes principais e com efeitos especiais extraordinários. O trio mais famoso do mundo da magia, composto por Harry, óbvio, Hermione e Ronny, aproveitam a fase adolescente no longa e esbanjam alegria, vitalidade e alguns hormônios alterados... Afinal, os bruxos também amam. Isso sem falar na grande dose de humor responsável por boas gargalhadas.

Em suma, o filme deixa muito a desejar no quesito fidelidade à obra de J. K. Rowling, além das poucas cenas de ação. No mais, um filme muito bem produzido e direto (até demais às vezes) aos pontos fortes da trama, e com a volta de algumas partes da história que os fãs sentiram saudades, como o quadribol, por exemplo.

A sexta parte da saga de Harry Potter nada mais é do que um petisco do que vem por aí. Em Harry Potter e as Relíquias da Morte, última livro da série, é onde todo o mistério acaba. Para quem já leu o livro, só resta esperar. Para quem não leu, corra e comece a ler amanhã mesmo! Para aqueles que preferem esperar o desenrolar da história nas telonas, a previsão de estréia da primeira parte do capítulo final (sim... o filme terá duas partes...) é novembro de 2010. Já a segunda está programada para julho de 2011.